É fundamental a seleção adequada do blister no acondicionamento de um medicamento, de forma a garantir a sua integridade e proteção aos fatores externos. Assim, o objetivo deste artigo é mostrar algumas características do blister como embalagem farmacêutica e os tipos de materiais e cores a ele relacionados. Alguns materiais como o PVC, são bastante utilizados na fabricação do blister, possuindo baixo custo e boa termoformabilidade, entretanto não correspondem às expectativas quanto se faz necessário uma barreira maior a umidade para fármacos altamente sensíveis. Nestes casos, é recomendado o uso de materiais com uma função de proteção maior, como os laminados combinados PVC/PVDC, PVC/COC/PVC e Aclar®.

Materiais do tipo Alumino/Alumínio (ALU/ALU) oferecem resultados mais satisfatórios quando se faz necessária uma alta proteção contra a luz, umidade e oxigênio, porém o alto custo limitam seu uso à fármacos altamente sensíveis.

A coloração do blister também é uma alternativa muito utilizada para fármacos fotossensíveis, como corticosteróides e antibióticos, e algumas preparações contendo vitaminas, podendo oferecer, dependendo da cor escolhida, uma redução de 30 a 40% no grau de fotodegradação.

Diante disso, a seleção do blister farmacêutico para qualquer que seja a sensibilidade do fármaco, é fator primordial, para que a embalagem cumpra sua função essencial que é de proteger o medicamento permitindo que este chegue de forma íntegra ao consumidor.

A ESCOLHA DA EMBALAGEM

A escolha da embalagem adequada está intrinsecamente ligada a estabilidade do medicamento e os responsáveis por esta parte estão na pesquisa e desenvolvimento dos medicamentos, considerando as suas características específicas. O fármaco, de acordo com suas peculiaridades e características, define as condições específicas de armazenamento, sendo assim, os fatores externos influenciam diretamente no medicamento, onde a embalagem deve fornecer a barreira ideal protegendo-os de tais fatores externos, mantendo e até prolongando a vida útil e a perfeita ação do medicamento, sem contar que esses materiais devem fornecer tal barreira mas não podem interagir com o produto.

BLISTER FARMACÊUTICO

A palavra blister tem origem do inglês e significa bolha, sendo formado por uma cartela base (papel, alumínio ou plástico), onde as cápsulas ou comprimidos são colocados dentro desta bolsa e seladas com pelo material de alumínio. No Brasil, são encontrados blisters acondicionados especialmente comprimidos, drágeas, cápsulas duras e moles nos mais diferenciados formatos.

Há dois tipos básicos de embalagem em blister para produtos farmacêuticos, um onde a cavidade é construída em plástico termo moldável e o verso é formado por um plástico ou uma combinação de plástico, papel e/ou alumínio, e outro onde a embalagem em blister contém alumínio em ambos os lados e sua cavidade é formada por formação a frio.

Entre as vantagens da embalagem em blister estão: a integridade do produto – onde os medicamentos nele contidos estão selados e protegidos contra fatores externos, garantindo a proteção desde sua fabricação até a utilização do consumidor final. Protege também contra violações, pois as formas farmacêuticas são seladas individualmente, tornando imediatamente visível qualquer forma de violação e baixa possibilidade de overdose.

– Tipos de Filmes

Para cada desenho de comprimido existe um modelo de blister personalizado atendendo às exigências que devem ser seguidas. São diferentes materiais, espessuras e cores, tudo muda de acordo com as características dos produtos.

Cloreto de Polivinila (PVC)

É um material transparente, de baixo custo, com alta termomoldabilidade, resistência física e química, baixa permeabilidade a óleos, gorduras e substâncias aromáticas e baixo índice de permeabilidade a umidade do ar. O PVC é o material mais utilizado para embalagem em blister, chegando a 80% dos casos, entretanto, dentre todos os materiais utilizados é o que oferece menor proteção. Dentro dos 20% restantes, temos o PVC/PVDC, Aclar® e ALU/ALU respectivamente.

A espessura do filme rígido de PVC geralmente utilizada pelas indústrias farmacêuticas é de 0,2mm a 0,8mm. A espessura possui grande influência na propriedade de barreira à luz, pois quanto maior a espessura, menor é a porcentagem de transmissão de luz que atravessa o material.

Quanto à aplicação, o PVC transparente, que é o tipo de material mais simples, possui barreira limitada, e somente será utilizado em fármacos mais estáveis em presença de umidade ou luz, muito embora alguns fabricantes possam colocar aditivos que potencializem a barreira, como absorvedores de luz UV.

Cloreto de polivinilideno (PVDC)

O PVDC é usado em embalagens com laminação ou revestimento sobre o PVC reduzindo de 5 a 10 vezes a permeabilidade do PVC ao oxigênio e à umidade. O filme moldável geralmente é incolor e transparente, mas para proteger produtos sensíveis à luz pode ser escurecido. O PVDC não pode ser utilizado como único material devido ao seu custo relativamente elevado e às suas propriedades mecânicas. As melhores propriedades são obtidas pela combinação de PVDC com uma camada base de PVC, utilizado para produtos não muito sensíveis aos fatores externos e com bom tempo de vida útil, como os multivitamínicos em cápsulas ou comprimidos.

ACLAR®

Os filmes do tipo PCTFE podem ser laminados ao filme de PVC proporcionando embalagens com alta barreira à umidade, sendo esta barreira parecida com aquela fornecida pelo alumínio, apresentando a transparência nas embalagens que também podem ser escurecidas e o tamanho reduzido final do blister como vantagens, após processo de moldagem.

Alumínio/Alumínio (Alu/Alu®, ColdFormFoil – CFF)

Pode ser encontrado no mercado com 20μ a 25μ de espessura, fornecendo barreira total contra a umidade, oxigênio e a luz. Ao contrário dos blisters contendo material plástico, estes não são moldados a quente, mas moldados no formato desejado por pressão a frio. O processo é significativamente mais caro que o processo a quente, além do tamanho das bolsas serem maiores comparados a este, aumentando assim a área total da embalagem e o custo, pois há um consumo maior para acondicionar a mesma quantidade de produto que um blister termomoldado.

A influência da coloração

O blíster colorido é uma solução eficaz para fármacos fotossensíveis, pois comprimidos embalados em blister colorido podem apresentar uma redução de 30 % a 40 % no grau de fotodegradação.

Em alguns estudos foram encontrados efeitos foto protetores no blister com bolsas vermelha, alaranjada e amarela. No estudo blisters com bolsas azuis e os incolores tiveram pouco efeito foto protetor nos comprimidos. Após seis horas de irradiação, houve uma perda de mais de 30% do conteúdo. Portanto, é evidente que a utilização de um blíster com a cor adequada pode ser um foto protetor eficiente.

OS FERRAMENTAIS DE EMBALAGENS

Esse artigo trata apenas assuntos voltados para as barreiras de proteção que o blister deve fornecer aos medicamentos, porém o trabalho entre o desenvolvimento da embalagem e a produção deve ser feito em conjunto, pois em muitos casos os desenhos não funcionam tão bem na prática, existem diversos erros de formação e de execução.

É de suma importância contar com fornecedores conhecedores dos processos e que te ofertem ferramentais de qualidade e garantam a perfeita execução da formação de sua embalagem.

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